Ângulos de corte no torneamento
Os porta-ferramentas com fixação mecânica podem ser subdivididos em dois grupos básicos, conforme o ângulo de saída apresentado:
Porta-ferramentas positivos
Porta-ferramentas negativos
O processo de corte e a formação dos cavacos é intimamente in?uenciado pelos ângulos de corte. Dependendo do tipo de porta-ferramenta a pastilha poderá ser classi?cada como positiva ou negativa. As pastilhas intercambiáveis negativas possuem o dobro de arestas de corte úteis que as similares positivas, mas exigem maior esforço para executar o mesmo trabalho.
As pastilhas negativas, por serem mais robustas, são recomendadas para aplicações de maior severidade como os cortes interrompidos e as operações de semidesbaste e desbaste em máquinas de boa rigidez e estabilidade.
As pastilhas positivas são mais apropriadas para operações leves em peças delgadas sujeitas a vibrações ou também em máquinas de baixa potência e baixa estabilidade.
Os ângulos das ferramentas são fixos e determinados pelo projeto do fabricante. A seleção das ferramentas deve ser baseado no material a ser usinado, no per?l da peça, na potência e rigidez da máquina e nas condições de fixação.
O ângulo de saída do porta-ferramentas pode ser positivo ou negativo e influencia diretamente os esforços de corte e o ?uxo de cavacos. Um ângulo de saída menor curvará mais os cavacos. exigindo maior potência de corte devido ao maior esforço.
Um ângulo de saída mais positivo exige um menor consumo de potência gerando menos calor e menor esforço de corte. Ferramentas com ângulos de saída positivos normalmente geram um corte mais suave, minimizando os riscos de vibrações em peças delgadas ou com paredes finas.
O ângulo de inclinação pode ser positivo ou negativo. Nas operações de torneamento, onde o aparecimento de choques mecânicos é possível, recomenda-se o uso de um ângulo de inclinação negativo para diminuir os efeitos causados pelos choques contra a aresta de corte (e×: eixos com rasgos de chaveta).
O ângulo de inclinação também in?uencia o sentido de saída dos cavacos. Um ângulo de inclinação negativo normalmente dirige os cavacos contra a superfície a ser usinada na peça. Um ângulo de inclinação positivo dirige os cavacos contra a superfície usinada.
O ângulo de folga in?uencia a temperatura de corte, a vida da ferramenta e a qualidade da superfície usinada. O tempo no qual aparece um determinado desgaste frontal depende em grande parte do ângulo de folga.
Um ângulo de folga pequeno traz como resultado um maior desgaste de ?anco em um menor período de tempo. Um ângulo de folga excessivo significa uma diminuição da resistência da ferramenta na região da aresta de corte. Com ângulos de folga muito acentuados aumentam os riscos de quebra da aresta de corte, sem que sejam alcançados determinados níveis de desgaste.
É possível eliminar a tendência a vibrações nos casos de peças longas e delgadas e nos casos de grandes balanços de ferramenta, colocando o porta-ferramenta ligeiramente acima do centro da peça, fato que fará com que o ângulo de folga seja diminuído criando uma força de apoio.
A força de corte é quase que independente do ângulo de folga. Com a evolução dos desgastes, ângulos de folga muito pequenos tendem a aumentar ligeiramente a força de corte.